Autora: Natalie Bear
Doutor, Doutor - Parte 2
- Oh! - Rebeca arregalou os olhos - Anotações de meu pai…! - olhou para a expressão inconformada de Lawrence por um momento e então voltou-se a Levine - Isso é ótimo. Talvez eu possa ajudar sim! - respondeu com entusiasmo, aproximando-se do senhor.
- Tem alguma familiaridade com as anotações? - Levine questionou de forma serena, como se a situação não fosse um tanto caótica.
- Rebeca… - Lawrence manifestou-se em um tom repreensivo de voz.
A jovem voltou o olhar para o companheiro:
- Sinto muito me intrometer entre vocês dois, mas acredito que este homem já esteja impondo-se demais em sua vida. - o senhor de meia idade continuou - Se não fosse por ele nos interrompendo naquele dia, poderíamos ter resolvido o pequeno contratempo com as anotações codificadas.
Lawrence nada disse. Refreou-se a apenas observar o que a moça decidiria, não tinha mais nada para lhe dizer além de tudo o que já fora falado durante os dias de viagem.
Rebeca franziu o cenho e botou-se a pensar sobre o assunto. Não tinha mais opções e o senhor Levine era o único que lhe apresentava uma alternativa naquele momento. Não tinha como saber se era realmente uma pista para o paradeiro de seu pai se não fosse com aquele sujeito.
- Perdoe-me Lawrence, Xerife, mas não tenho outra opção senão aceitar a ajuda do Senhor Levine. - lamentava, dizendo as tristes palavras sentindo o peito apertado.
O companheiro da moça meneou a cabeça positivamente, mantendo o olhar sobre o cachorro preto e branco sentado ao seu lado, observando.
- Excelente escolha, senhorita. -Levine esboçou um sorriso para a moça - Me acompanhe. É melhor levar seus pertences, pois demorará algum tempo para decifrarmos as anotações. Irei alugar um quarto para a senhorita.
- Eu tenho antes um pedido para fazer. - Rebeca o encarou de forma séria e decidida.
- Pode pedir, minha cara.
- Diga para seus homens não ferirem o senhor Lawrence nem Xerife.
- Os senhores ouviram a moça. - Levine dirigiu-se a seus subordinados, que permaneciam quase imóveis às costas de Lawrence, esperando por um comando, exatamente como Xerife.
- Vamos buscar seus pertences. - o senhor de meia idade se adiantou, dando alguns passos para longe do grupo.
Antes de segui-lo, Rebeca voltou-se uma última vez para aquele que lhe ajudara até então:
- Adeus, senhor Lawrence. E obrigada por me acompanhar.
Mais uma vez ele não respondeu e nada fez ate que a dupla virasse a esquina na rua de paralelepipedos e casas rústicas. Lawrence então virou-se para os homens que continuavam com ele, lhe apontando pistolas:
- Atirarão agora? - ele perguntou de modo irônico.
- Bem que eu gostaria. - o homem, que Lawrence imediatamente reconheceu como aquele que lhe ameaçara naquele dia em que botaram os pés no Peru.
O dono do cão ia retrucar quando algo cortou o ar zunindo próximo de seu ouvido, passando por ele e atingindo o homem com quem conversava no peito.
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